Ronda da Semana | A dor de ser mulher, cardápio de dopamina e o desequilíbrio de estar presente em tudo
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A dor de ser mulher, cardápio de dopamina e o desequilíbrio de estar presente em tudo
Por Luíza Feniar Migliosi
É só uma dor
Sua dor já foi diminuída ou ignorada por um profissional da saúde? Infelizmente, não é um acontecimento tão particular na vida de uma mulher. De acordo com uma pesquisa feita pela Nurofen, quatro em cada cinco mulheres jovens já tiveram suas dores deslegitimadas por médicos. O relatório anual calcula o “Índice de Disparidade de Gênero na Dor”, no Reino Unido, e, neste ano, concluiu grandes diferenças nos atendimentos médicos, como, por exemplo, 60% das entrevistadas sentindo que suas dores não são levadas a sério, enfrentando rejeição, diagnósticos errados ou atrasos no tratamento. De endometriose ao parto, as dores das mulheres são rotineiramente ignoradas, o que também prejudica a saúde mental e reforça uma ideia que tentamos tanto combater: mulheres são exageradas. A pesquisa completa está na Stylist Magazine.
Qual o menu do dia?
E se você pudesse montar um cardápio para ajudar a sua saúde mental? Esse é o propósito do Menu de Dopamina. De acordo com a trend viral do TikTok, a proposta consiste em escolher uma lista de hábitos e atividades que ajudam a dar mais prazer na rotina, aumentando os níveis de dopamina. A ideia é dividir em categorias: aperitivo, prato principal, acompanhamento e sobremesa. Cada um leva certo tempo e tem funções diferentes, como algo que você faz muito rápido, uma atividade que te deixe reenergizada, duas coisas que podem ser feitas em conjunto ou ainda algo que precise de certa moderação no dia a dia. E aí, já tentou dividir as sua rotina dessa forma? Vale a pena conferir cada passo no post do Garotas Estúpidas.
As metas de gênero ficam para outra geração
Com muita sorte, as meninas poderão ver as mudanças que eram para ser cumpridas até 2030 em relação a equidade de gênero, em 2121. Isso acontecerá porque 40% dos países que se comprometeram com a meta dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, proposta pela ONU em 2019, retrocedeu ou estagnou em relação ao tema. Com toda essa disparidade, as mulheres e meninas ficam vulneráveis e, consequentemente, são mais prejudicadas com mudanças climáticas, crises econômicas, guerras, entre outras questões sociais. Para ter uma noção, as crianças que nascem hoje verão a equidade de gênero a nível global depois de completar 97 anos. O relatório foi publicado em conjunto pela Think Olga, Equal 203, revista AzMina e Gênero e Número.
Você precisa estar presente em tudo?
Entre festas com amigos, almoços de família e happy hour do trabalho, a vida social pode estar esgotando sua energia. É claro que precisamos de tempo com outras pessoas, que podem nos nutrir e afastar da solidão, mas é necessário saber apreciar a própria companhia e entender o equilíbrio entre tudo. Certas vezes, bate aquela vontade de dizer sim para todos os convites que recebemos, mesmo que isso signifique deixar de priorizar o próprio bem-estar. O post da The Summer Hunter compartilha um estudo da Universidade do Kansas que fala sobre “nutrição social equilibrada” e mostra boas reflexões sobre o tema.
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Com Spoiler
Quem indica um livro pelo trecho é Maria Carolina Casati, criadora do projeto Encruzilinhas
“Há muito, muito tempo, quando o diabo era um menino de calção de linho branco engomado, a terra era povoada apenas por mulheres. Elas trabalhavam juntas, dormiam juntas, tomavam banho juntas na água dos rios. Um dia, uma delas reuniu todas as outras e disse: “Minhas irmãs, quando nós desaparecermos, quem tomará nosso lugar? Nós não criamos uma só pessoa à nossa imagem!” Umas deram de ombros: “Por que precisamos que tomem nosso lugar?” Outras achavam que era mesmo necessário: “Porque, sem nós, quem vai cultivar a terra? Ela ficará abandonada se não carregar frutos!” Então, todas se olharam, tentaram encontrar um meio para se reproduzirem. E foi assim que inventaram o homem!”
Eu Tituba: bruxa negra de Salem, Maryse Condé