Ronda da Semana | A literatura como luxo, a morte e o desejo e mais uma reflexão sobre inteligência artificial
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Para pensar…
Há algo silenciosamente subversivo em abrir um livro nos dias de hoje. Em meio a telas que piscam, algoritmos que apressam e palavras que se dissolvem no ar, a literatura insiste em existir. Não como fuga, mas como permanência - como quem planta raízes enquanto tudo parece flutuar. Ler é atravessar mundos sem sair do lugar, é encontrar nas entrelinhas aquilo que às vezes falta no rumor das horas: um sentido, um espelho, um respiro. Talvez por isso, aos poucos, a palavra escrita esteja voltando a ocupar espaços improváveis — como um lembrete de que a beleza ainda mora naquilo que se constrói devagar.
Por @oliviaanicoletti
Para ler com calma
A literatura como luxo, a morte e o desejo e mais uma reflexão sobre inteligência artificial.
O poder dos livros
Na contramão do efêmero, a Bottega Veneta transformou poesia em experiência sensorial com a instalação “Uma Conversa Poética”, em Xangai. Exemplares do livro In Such a Staggering World, da poeta chinesa Yu Xiuhua, foram dispostos dentro de uma escultura do logotipo da marca e oferecidos gratuitamente ao público — à medida que os livros eram retirados, o nome da marca desaparecia, deixando apenas a poesia. A ação, que sucede uma performance de Patti Smith na Semana de Moda de Milão, mostra como o luxo tem encontrado na escrita uma forma mais sensível e duradoura de conexão.
Desejo e finitude
No filme All of Us Strangers, uma cena de sexo se desdobra em algo maior que o corpo: é sobre o medo, o afeto e a urgência de existir. A partir dela, este ensaio do The Cut nos conduz à história real de uma mulher que, diante de um câncer terminal, decide perder a virgindade. O texto toca em algo raro — o desejo como força vital até o fim, o sexo não como conquista, mas como gesto de humanidade. Um convite a repensar o que entendemos por intimidade.
Ainda vale?
Se a inteligência artificial puder fazer tudo — escrever poemas, resolver questões emocionais e até tomar decisões por nós —, por que ainda tentar? Neste ensaio provocador da New Yorker, o filósofo C. Thi Nguyen reflete sobre o valor do esforço humano em um mundo mediado por máquinas. Não se trata de temer a IA, mas de entender o que perdemos quando abrimos mão da fricção, do processo, da falha. Uma defesa sutil e necessária da imperfeição como parte essencial da experiência.
Cool drops
Não podemos deixar de falar sobre…
A capa (e a entrevista) do tenista Novak Djokovic para a Vogue Croácia
Um apanhado contemporâneo, feito pela revista Gama, de filmes e afins sobre conclave e o papado
A segunda temporada da série The Rehearsal, ainda mais sagaz que a primeira
Estamos sonhando com…
As super cool balloon pants, que têm modelagem divertida e atual
Guardado na memória
Um trecho da entrevista que fizemos com a escritora e jornalista Carol Ruhman Sandler
Qual é a sua ideia de felicidade?
É uma cena: um sofá na frente da lareira, um bom livro e um vinho.
Livros conectam de muitas formas!!! ♥️