Ronda da Semana | As vantagens da espera, literatura e empatia e a preocupação da geração Z com o envelhecer
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As vantagens da espera, literatura e empatia e a preocupação da geração Z com o envelhecer
Por Luíza Feniar Migliosi e Olívia Nicoletti
Ouvir por inteiro
Há alguns anos, quando a música ainda pertencia aos discos, só era possível ter o álbum do seu artista preferido ao comprá-lo. Existia o tempo de espera entre saber a data do lançamento e conseguir encontrar o álbum em questão em uma loja. Também não era possível colocar a música exatamente naquela parte que a gente quer ouvir, sabe? Hoje, com os streamings ocupando todos os espaços, perdemos a dádiva da espera, de saborear os momentos com mais atenção, de mergulhar em algo que se queria muito. Esta edição da newsletter Bits to Brands fala sobre esse sentimento nostálgico e nos traz uma reflexão: esperar tem lá suas (muitas) vantagens.
Ler ficção nos torna mais empáticos
Sabe quando você entra tanto em uma história, que começa a consumi-la mais lentamente só para que ela dure mais? Ou quando você termina um livro e passa dias "de ressaca", com saudade dos personagens? Também tem aquele clássico: achar que aquelas pessoinhas inventadas ali são suas amigas e chegar a sonhar com elas. Não, você não é a única a sentir isso e há uma explicação! "Isso é possível graças à suspensão da descrença, uma espécie de pacto pelo qual o público aceita como verdadeira uma narrativa ficcional enquanto está em contato com a obra, para poder realmente apreciá-la", diz esta matéria da revista Gama, que analisa o fato com dados científicos. Alerta bom link para ler no final de semana!
A gen Z e o envelhecer
Não somos nós que estamos dizendo, é a OMS: vamos viver mais! Se a expectativa de vida no Brasil atualmente é de cerca de 80 anos, nas próximas décadas ela deve chegar a 100. Com essa projeção em mente, a geração Z resolveu se preparar desde já: o consumo de álcool cai a cada ano, enquanto o número de adeptos de exercícios físicos frequentemente sobe em disparada. Ótima notícia, certo? Sim! Mas, a saúde não é a única preocupação desse pessoal. Expostos a telas (e muita comparação), os jovens sofrem uma pressão estética jamais vista - basta ver as tendências de procedimentos estéticos no Tiktok direcionadas a quem tem menos de 15 anos, como o baby botox. Toda a questão é ainda mais estressante quando falamos sobre as meninas. O The Summer Hunter fala mais sobre o assunto neste post.
Falando em mulheres, e estresse…
De acordo com a pesquisa feita pela plataforma Orienteme, as mulheres representam 71,1% dos pacientes em terapia, enquanto os homens somam apenas 28,9%. Longe de ser apenas estatísticas, a questão é um reflexo social e histórico entre os gêneros. Em relação às emoções, as mulheres sempre foram mais incentivadas a serem vulneráveis, abertas e a falarem sobre seus sentimentos. Com esse cenário, a procura por profissionais de saúde mental é colocada como um “ato feminino”, o que cria um estigma a respeito do cuidado e tratamento. O post da Contente.vc traz outras nuances da construção social sobre a terapia.
Cool Drops
Não podemos deixar de falar sobre…
O documentário In Vogue: Anos 90, lançado na Disney Plus
O lançamento da linha “Brasil Edition”, da Zara
A Flip 2024, que já deixou saudades
Com Spoiler
Quem indica um livro pelo trecho é a psicanalista, escritora e artista visual, Thaís Bambozzi.
“Meu tema é o instante? meu tema de vida. Procuro estar a par dele, divido-me milhares de vezes em tantas vezes quanto os instantes que decorrem, fragmentária que sou e precários os momentos - só me comprometo com vida que nasça com o tempo e com ele cresça: só no tempo há espaço para mim.”
Água Viva, Clarice Lispector