Ronda da Semana | Ás vezes as coisas não precisam significar nada, a leitura como antídoto para a ansiedade e o julgamento ao envelhecimento
Uma curadoria semanal de notícias, pensatas e dicas
Para pensar…
Por Olivia Nicoletti
Guardo (e cito) uma resposta dada por David Lynch à pergunta “o que os seus filmes significam?” em uma entrevista que li há tanto tempo que nem consegui encontrar: “nada, às vezes as coisas não precisam significar nada”. Gosto de lembrar dela quando estou tentando buscar respostas para algo que me fez sofrer: às vezes as coisas não precisam significar nada - ufa, que alívio, agora dá para seguir a vida. O brilhante diretor e roteirista, aliás, sabia das coisas capazes de nos botar de volta nos trilhos: a arte, os sonhos, a beleza, os segundos que nos suspendem da existência mundana. Escrevo este texto no dia de sua morte e penso que talvez o não significar nada também abre caminho para a gente passar o olhar sobre a interpretação e seguir, deixar os sonhos serem apenas o que eles são - o que já é bastante coisa.
Para ler com calma
A leitura como antídoto para a ansiedade, uma reflexão sobre o envelhecer e um livro que virou o manifesto da meia idade
A terapia dos livros
Seja um romance, contos, poemas e biografias, os livros são capazes de levar conforto aos leitores há séculos - através de escapismo, empatia ou até mesmo como forma de ver uma situação por outra perspectiva. E, por isso, viraram uma forma de terapia. Chamada de bibliotherapy, a vertente consiste em indicações de livros que estimulem esses sentimentos e sejam aliados em questões como ansiedade e depressão. Quer saber mais sobre o assunto? A Dazed explica tudo.
Manifesto da meia idade
Se você segue mulheres no Instagram, provavelmente nas últimas semanas viu uma (ou muitas, como eu) postarem o livro De Quatro, escrito pela atriz e escritora Miranda July. Recém lançado no Brasil, reflete sobre sexo, relacionamentos e erotismo a partir de uma personagem que lida com as transformações da perimenopausa. Em um momento em que urge falar sobre o envelhecer - principalmente quando se trata de mulheres -, é natural o frenesi acerca de uma narrativa que ressoa e se conecta com as histórias de todas nós. Nesta matéria da revista 451, a jornalista Adriana Ferreira Silva o resenha de forma sensível.
Ninguém mais vai ficar velho?
Na edição desta semana, a revista Gama fala sobre vaidade e traz uma reflexão incômoda nesta matéria: “A explosão de procedimentos estéticos e o medo de envelhecer criam a impressão de que o mundo está lotado de pessoas sem rugas, mas também sem identidade”. Afinal, com a pressão estética é preciso lutar estando de qualquer lado: se a escolha é se render aos procedimentos, deve-se explicar o porquê o fazemos, se a saída é envelhecer naturalmente, é preciso estar preparada para os julgamentos. Vale ler toda a matéria.
Cool drops
Não podemos deixar de falar sobre…
O post do Arte que Acontece com as principais exposições de arte programadas para este ano
Bia Haddad Maia e João Fonseca: os brasileiros que estão brilhando no tênis
A matéria da Dazed com cinco lições de David Lynch sobre a vida