Ronda da Semana | Sally Rooney, vida estagnada e o vício em narrativas curtas
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Sally Rooney, vida estagnada e o vício em narrativas curtas
Por Luíza Feniar Migliosi
Crescimento no trabalho é superestimado? Sally Rooney acredita que sim
“Há uma enorme fixação cultural com novidade e crescimento. Tudo tem que crescer o tempo todo. Crescer, vender mais e ser diferente — novidade, reinvenção. Não acho isso muito interessante”
A escritora fenômeno da literatura contemporânea conversa sobre a pressão do crescimento, como se todo trabalho produzido precisasse encontrar uma superação criativa. Entre os seus livros de sucesso, “Pessoas Normais”, “Conversas entre Amigos” e “Belo Mundo, Onde Você Está” exploram temáticas sobre relacionamentos amorosos, amizades e conflitos familiares. Publicando seu novo romance, “Intermezzo”, Rooney compartilha as expectativas que outras pessoas esperam do seu trabalho, como uma prova de desenvolvimento e crescimento dos temas - o que ela acha desnecessário. Vale a pena conferir a entrevista feita pelo jornal New York Times.
Sua vida está estagnada?
Sentir que o fluxo da vida está um pouco parado pode acontecer em várias áreas, como carreira, amizades, relacionamentos amorosos, tempo livre. Faz parte da rotina encontrar decepções que se instalam em pequenas doses – o problema é quando a sensação de insatisfação se torna tão constante que começa a interferir inclusive no que não incomodava antes. Alguns objetivos na vida podem encontrar um platô, ou seja, um lugar entre os altos e baixos de perseguir certo sonho, e esse tipo de sensação é muito humana. O importante é entender o que pode ser mudado e o que precisa de mais tempo. Vale a pena conferir os passos de identificação feitos pela The Summer Hunter sobre esses períodos da vida e também como lidar com eles.
Estamos viciados em narrativas curtas?
Livros curtos, vídeos nas redes sociais de poucos segundos, peças de teatro de 15 minutos e música reproduzida apenas pelo refrão. A escritora Giovana Madalosso compartilha na sua coluna no jornal Folha de São Paulo o incômodo que alguns coletas romancistas estão sentindo em produzir literatura mais longa - alguém vai ler um livro de 600 páginas de um autor contemporâneo? Apesar das mudanças no consumo da geração, a arte precisa resistir ao tempo e aprofundar a complexidade humana. Vale a pena conferir o relato da escritora sobre tudo que a nova geração está consumindo com pouca paciência e o que isso tem para nos ensinar.
Você precisa da religião ou de amizades?
Nos últimos tempos, especialmente entre os jovens, é possível perceber um fenômeno online: adesão às religiões. O aumento de pessoas da nova geração que se converteu ou passou a frequentar espaços religiosos com mais intensidade aumentou significativamente - e é possível perceber pela quantidade de conteúdo nas redes sociais. Como uma forma de enfrentar a epidemia da solidão, as comunidades religiosas conseguiram conquistar um público muito maior. Afinal, onde você vai para encontrar amigos hoje? Não vale citar a internet ou lugares pagos. Com essa busca por pertencer, as igrejas ganharam espaços cada vez maiores. Vale a pena refletir sobre o post feito pelo portal Contente.vc.
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