Ronda da Semana | Vício em dopamina, o poder das redes sociais e tempos de pausa
Uma curadoria semanal de notícias, pensatas e dicas
Para pensar…
Por @oliviaanicoletti
Em um passeio pelo TikTok na última semana, fiquei obcecada por Sagitário A, um buraco negro supermassivo que está no centro da Via Láctea. Não, não existe a menor possibilidade de ele sugar a Terra para dentro de si - pelo menos não nos próximos 40 bilhões de anos -, mas bastou a obsessão para eu fantasiar os mais trágicos cenários possíveis. Mais que isso, cismei que queria vê-lo via telescópio - o que, claro, impossível - ou apontá-lo como se fosse uma estrela - também não dá. Às voltas com meu hiperfoco e completa falta de perspectiva de me aproximar do possível destruidor de tudo, me lembrei de uma frase de Nietzsche que, vez ou outra, me vem: “aquele que luta com monstros deve acautelar-se para não tornar-se também um monstro. Quando se olha muito tempo para um abismo, o abismo olha para você”.
Para ler com calma
As redes sociais, o vício em dopamina e o que acontece no nosso cérebro quando fazemos e quando não fazemos uma pausa.
Falando em Tik Tok…
Parece que a turma lá nos Estados Unidos ficou mais aliviada que qualquer coisa com a breve queda da rede - e isso nada tem a ver com polarização política. A verdade é que, quando ninguém está usando uma rede social, ela se torna bem pouco atraente. Com isso, a revista Self aproveitou para escrever esta matéria incentivando as pessoas a seguirem distantes das redes sociais a fim de refletir sobre o assunto e, quem sabe, desenvolver hábitos de uso mais saudáveis. Está nessa também? Então vale a leitura.
Bora passar por isso?
Sim, o assunto da semana foi o quão nocivas podem ser as redes sociais, então, para te convencer de que vale a tentativa de um detox, mais um link que achamos interessantíssimo - com dados neurológicos e tudo -: o que acontece com o nosso cérebro quando fazemos uma pausa no uso de redes sociais. De acordo com os especialistas entrevistados nesta matéria da National Geographic, a primeira reação se assemelha à abstinência sofrida por adictos, mas é algo pelo qual vale a pena se passar.
Calma, respira!
Ainda estamos em janeiro, mas a exaustão do final de dezembro já nos atropelou novamente. Isso se deve a muitos fatores, mas em especial a mal da década, essa necessidade de estar em eterna performance, brigando pela atenção de pessoas que estão focadas em vídeos de gatinhos e unboxing de bolsas que nunca poderão comprar. Mas, o que acontece quando não fazemos momentos de pausas? “A gente fica sem tempo de “só” ser. De olhar a paisagem, de observar as pessoas, de ouvir o mundo. E, vivendo no capitalismo tardio, a gente acaba se exigindo demais”, diz a escritora Dani Arrais nesta ótima reflexão.
Foca aqui
Em sua última edição, aliás, a Margem Newsletter trouxe um compilado de links que falavam sobre redes sociais versus capacidade de atenção - de novo, o mal dos tempos. Resgatamos de lá um artigo escrito pelo apresentador da MSNBC e autor do livro The Sirens’ Call: How Attention Became the World’s Most Endangered Resource, Chris Hayes, que vale a leitura. Aqui, um trecho: “cada aspecto da vida humana, em todas as amplas categorias de organização social, está sendo reorganizado em torno da busca por atenção. Ela é agora o recurso definidor da nossa era.” E não é?
Cool drops
Não podemos deixar de falar sobre…
A primeira banca com foco em produtos zero álcool do Brasil
O design na série Ruptura e como a estética cria narrativas
O que sabemos sobre a primeira exposição de moda no Louvre
Com spoiler
Quem indica um livro pelo trecho é a assistente de conteúdo do iLove.e Katharina Brito
“Se eu puder te dar um conselho: sinta! Sinta o que precisa ser sentido, sinta até a dor se esgotar. Se permita sentir, você não merece prolongar uma agonia só porque você prefere fingir que não sente”
A vida é curta demais para viver o mínimo das coisas, Iandê Albuquerque